A Música
"A Música surge do coração humano.
Quando são tocadas as emoções,
estas se expressam em sons,
e quando os sons tomam formas definidas,
temos a Música."
(Confúcio)
Na era da tecnologia, das plataformas digitais de conteúdos
musicais, se sites e aplicativos voltados unicamente para essa categoria de
entretenimento, quem fica sem música no dia a dia? Ela está presente no
comércio, nos carros, em casa, nos aparelhos de smartphones, durante a jornada
de trabalho, nos momentos de lazer e durante a prática de esportes, isso tudo
sem falar na música emitida pela natureza! Sim, somos cercados e bombardeados
por sons incessantemente, mas nem todos os sons são músicas, e nem todas as
músicas são boas. Mas o que é música e qual sua importância para nós, pode uma
música fazer mal, podemos classificá-las em boas e ruins? Isso que iremos
discorrer juntos.
A definição teórica e
didática da música é que ela é “composta por melodia, harmonia e ritmo”, sendo
a melodia a “voz principal da som”, a harmonia a “sobreposição de sons que
servem de base para a melodia” e o ritmo que é “a marcação do tempo do som,
definido pelos períodos de som e de silencio”.
Ok, mas aqui não
iremos focar na parte teórica dos sons e da música, ao menos não apenas nessa
parte, iremos refletir sobre sua ação prática em nossas vidas, mas para isso
precisamos buscar a compreensão do som e da origem da música.
O que é “som”? É a
vibração que se propaga entre 20 e 20.000 hz, capaz de ser percebida pelo
ouvido humano. Grosso modo falando, sons são vibrações da matéria que se
propagam e são percebidas pelo sistema auditivo humano, ou por tecnologias que
copiam tal função.
Aqui precisarei abrir
um parêntese a respeito da vibração. De acordo com a filosofia hermética o
universo é vibração. A teoria das cordas que busca unificar a mecânica quântica
com a teoria da relatividade, também afirma que o universo é “construído” por
vibrações, uma vez que as “cordas” que compõe as partículas das quais os átomos
são construídos, estão em constante vibração, e é a vibração que irá definir o
valor de tais partículas. Logo todo o universo é constituído por vibrações,
imperceptíveis para nós, e por hora também para a ciência. Além do som há outra
forma de vibração que podemos perceber naturalmente, me refiro à luz. Segundo James
Clerk Maxwell, a luz é uma variedade de energia radiante que se propaga através
de ondas eletromagnéticas, e sabemos hoje que ela se propaga através das
partículas chamadas prótons, de acordo com a frequência de suas ondas
vibracionais percebemos as cores. Portanto além da variação vibracional definir
os sons, também definem as cores. Mas será que os demais sentidos humanos,
tato, olfato e paladar, também são afetados pelas vibrações? A resposta é um “sonoro”
SIM. Nossos sentidos reconhecem a composição física, olfativa e gustativa que são
definidas pela composição da matéria, sendo assim, de acordo com a vibração das
partículas que compõem os átomos que constroem as moléculas. Ou seja, nós
percebemos as vibrações de tudo ao nosso redor. Mas que tem a ver a física e as
vibrações da matéria e das energias a ver com a música? Excelente pergunta, e
fico feliz com essa curiosidade.
A matéria e a energia
ao entrarem em contato com mais matéria e energia “interagem” umas com as
outras, logo a matéria e a energia com que entramos em contato interagem
conosco, portanto as ondas vibracionais captadas pelos nossos sentidos, e
muitas vezes ignoradas por eles, influenciam em nossa própria vibração. Daí a
importância de nos cercarmos daquilo que os adeptos da cultura “Zen” chamam de
“boas vibrações”, mas não exatamente da forma como eles fazem. Alguns estudos
afirmam que a mudança da afinação musical, que no ano de 1953, deixou de ser em
432 hz (considerada a frequência da vida e passou a ser feita em 440 hz, tem
interferido no comportamento humano, sim uma pequena mudança na afinação dos
instrumentos gera interferências no comportamento humano! A partir daí já
percebemos o grau de “interferência” que as ondas sonoras produzem nos humanos.
Agora se apenas o tom de afinação é capaz de tal mudança, quanto maior não será
a atuação da qualidade musical a que nos submetemos?
Atualmente tem se
propagado uma prática com a música no contexto clínico no tratamento de
diversas doenças e distúrbios físicos e mentais, conhecida como Musicoterapia. Uma
vez que música ativa várias regiões do cérebro, como o hipotálamo, regulando a
temperatura corporal, vontade de comer e o estado de Ânimo do paciente; o
tálamo, que é responsável por interpretar as informações dos sentidos e no
hipocampo, que guarda a memória e possui regiões associadas à funções cognitivas.
Um estudo realizado por
pesquisadores do Instituto Nacional de Agricultura Biotecnologia da Coréia do
Sul, apontou a atuação da música na genética das plantas, sim isso mesmo na
genética, em um outro experimento do maestro e professor de piano, Alexei
Lisounenko Neto apresentou grandes diferenças na germinação das sementes,
crescimento e até mesmo comportamento das plantas submetidas à uma certa rotina
musical, comparando com plantas sem o estímulo. O impacto da música está também
no meio animal, produtores do setor pecuário, de gado leiteiro e de corte, há
alguns anos tem utilizado certos estilos musicais durante a alimentação,
ajuntamento dos rebanhos e ordenha como estimulante para os animais, e o
resultado tem sido aumento da produtividade, isso ocorre entre a produção de
aves para corte e também de carpas.
A música erudita,
música com maior desenvolvimento teórico, artístico e maior complexidade de
execução, é algo a que uma pequena parcela da população possui preferência, embora
os ritmos “eruditos” estejam mais próximos ao “ritmo biológico”, sendo a valsa
o mais próximo deste, enquanto que a “música popular” tem se distanciado cada
vez mais da complexidade e beleza das grandes sinfonias, uma vez que o que se
busca, salvo algumas poucas exceções, é alcançar um certo grau de sucesso,
através da popularidade momentânea, que
resulta em um certo retorno financeiro, para os “artistas”. Qual artista
contemporâneo poderia dizer que tem dedicado sua vida para a música? Poucos! A
maioria utiliza a música como meio para alcançar fama e fortuna, ainda que
momentâneos, com obras pobres em melodia e harmonia, mas não buscam na música
um fim em si mesmo, como expressão artística, ou como forma de louvor à beleza
e a atributos da vida e da existência. Para o sábio chinês, Confúcio, podemos
conhecer um povo ao conhecer sua música. E aqui entramos na reflexão mais
profunda a respeito da música, sua origem e seu propósito.
A musica tem origem ritualística, ocorria em rituais e cultos na antiguidade, servia para invocar uma força ou divindade. A musica invoca!
Como cristão, acredito que a música tem origem na adoração ao CRIADOR, os serafins declaram incessantemente em louvor que “SANTO, SANTO, SANTO é o SENHOR dos exércitos e toda a Terra está cheia da Sua Glória”. A música tem sua origem no louvor a DEUS, a música é a expressão ritmada dos atributos divinos. Música é louvor! Cantar é louvar. E aí entra o “problema da música”.
Eu não acredito que
as pessoas devam ouvir apenas música “gospel” e não deva ouvir música “do
mundo”, pois acredito que dentro das primeiras há muitos dos valores do mundo,
como ganância, arrogância, orgulho, vingança, exaltação do “eu” e não de DEUS,
a grande maioria das músicas religiosas estão repletas de valores “mundanos”,
vão contra os ensinamentos da fé, enquanto que nas músicas seculares podemos
encontrar verdadeiras obras que enaltecem a amizade, o amor entre o casal, a
alegria, a esperança, amor pela vida e pela criação, entre outros temas
defendidos pela fé. O problema principal está em que, indiferente se sejam
canções religiosas ou seculares, muitas canções de sucesso louvam valores
imorais do espírito como vingança, soberba e arrogância, isso nas canções
“religiosas”, em contrapartida com as imoralidades da carne como adultério,
bebedeiras, fornicação, e afins, na música secular. Obviamente nem todos são cristãos, ou monoteístas, mas indiferente da sua crença, pare e pense, repare na
letra das canções que você costuma ouvir e se pergunte sobre o que elas falam,
a quem elas se dirigem, a quem ou a o que elas invocam e louvam/enaltecem?
A necessidade de
compartilhar com vocês esses pensamentos surgiu em mim após ser confrontado a
respeito da adoração à DEUS, enquanto eu lia o livro “Em Busca de DEUS” de John
Piper, foi ali, na leitura daquelas páginas que eu percebi que em muitos
momentos do meu dia a dia, eu estava louvando coisas, valores, que não são ELE,
e contradizem a fé que eu digo professar, ou da moralidade que eu digo ter. Como eu posso dizer que creio em um
DEUS se eu louvo comportamentos que são contra seus desígnios?
Eu não sei quanto a
vocês, mas a mim, a compreensão da ação que as vibrações podem causar em mim
junto à que, ou a quem, essas vibrações estão “louvando”, através das melodias,
me causou um profundo espanto e temor, daquele momento em diante eu revi todo o
meu repertório musical, pois há algum tempo tenho me perguntado sobre quem eu
sou, e percebi que a única coisa que sei é que sou redimido e salvo por Cristo,
minha profissão, estudos ou gostos pessoais não mais me definem, apenas a obra
dELE me define, e desde então tenho buscado em primeiro lugar ser exatamente
isso, um salvo, e agir de tal forma, mas isso é assunto para um outro dia. Por
hora rogo à ELE, que permita que Seu ESPÍRITO, possa falar aos seus corações, e
mostrar o tamanho do impacto que isso tudo tem em suas vidas, que ELE os
convença a rever seus gostos musicais, que todo lixo sonoro seja banido de suas
vidas, e substituído por canções e músicas de qualidade e que estejam de acordo
com a boa, perfeita e agradável vontade do SENHOR.
Que DEUS ilumine a mente, pensamentos e raciocínio, e o coração, sentimentos e emoções, de cada leitor deste singelo texto.
Bibliografia
Reações Emocionais e a Psicologia na Musica
Efeitos de Letras de Musica em Comportamentos Pró-Sociais
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